Onde e como surgiram os bonés?
Você já parou para se perguntar qual é a origem dos bonés e dos chapéus em geral?
Sabe-se que, desde a Idade Antiga, no período de formação das primeiras civilizações, as pessoas usam acessórios na cabeça. Fitas para segurar os cabelos, tiaras, turbantes e coroas são alguns exemplos. Eles eram utilizados, em sua maioria, como símbolos, podendo ser social, como a representação da classe nobre (pobres e escravos não podiam usá-los), ou religiosa (usado para fins religiosos, como cerimonias e para representar uma hierarquia).
No início da civilização clássica, a Grécia foi o povo com maior destaque e relevância. Eles são os formadores da sociedade atual, com influências em todas as áreas do conhecimento, como na ciência, religião, sociedade e cultura. Não podia ser diferente com o vestuário.
Os gregos são muito conhecidos pelas suas viagens e migrações/diásporas (não é de se espantar, já que a Grécia foi formada pela junção de diversos povos nômades). Em suas viagens, era muito comum o desgaste devido ao sol e ao calor intenso. Por isso, eles criaram o Pétaso, ancestral direto dos chapéus como conhecemos hoje. O Pétaso nada mais é do que um chapéu com abas largas e com a copa pouco elevada. Servia basicamente para proteger do sol, e era, por esta razão, mais utilizada por fazendeiros e viajantes. Na mitologia, Hermes (filho de Zeus) era representado utilizando um Pétaso com asas, sendo, não estranhamente, considerado o deus das estradas e viagens, tendo por função ser o mensageiro do Olimpo.
Um derivado direto do Pétaso foi o Píleo, que era a sua versão sem abas e com formato cônico, utilizada para simbolizar a liberdade, sendo, por isso, mais frequente entre as camadas mais abastadas, como marinheiros, pescadores e demais trabalhadores braçais. O famoso Robin Hood, que lutava pelos mais pobres e pelas camadas mais oprimidas, usava, originalmente, um Píleo com uma pena, representando essa luta pelo direito dos “mais fracos”.
No Império Romano, os escravos emancipados utilizavam o “Barrete Frígio” como símbolo de liberdade, isto porque um dos deuses cultuados em Roma, Mitra, era representado utilizando um. Mitra era o deus do sol e da guerra, simbolizando a luta e vitória sobre as forças do mal (que, segundo os escravos, eram seus respectivos senhores).O barrete frígio é o ancestral mais próximo dos chapéus atuais, e nada mais é que uma espécie de boina, parecido com o Píleo, porém com o topo encurvado, mais parecido com uma touca.
Na Revolução Francesa, os Sans-culottes (literalmente, “sem calção”), classe trabalhadora e mais pobre, representantes do partido republicano, eram caracterizados, também, pelo barrete frígio, oubonnetrouge, na cor vermelha, sendo um símbolo muito marcante do período.
No século XIX, os bonés do jeito como conhecemos hoje foram incorporados à sociedade. A data exata ou o criador exato do boné como conhecemos nós não sabemos. Conta-se que o primeiro boné foi produzido por um açougueiro, em 1800. Até onde isso é verdade, não sabemos, mas o que se sabe é que este produto, tão comum nos nossos dias, só se popularizou no final do século XIX e início do século XX.
Esta fama só ocorreu graças à popularização de esportes como beisebol e basquete. Desde sempre, o esporte é um dos principais influenciadores da massa, com sua imagem valendo mais do que muita propaganda. Com as pessoas se interessando cada vez mais por esportes, se dedicando a conhecer mais sobre seus times e, é claro, criando seus ídolos, este objeto começou a se tornar frequente entre o povo.
Grandes nomes do esporte usavam este pequeno acessório, e, por isso, empresas começaram a investir na sua produção e a vende-los por aí. Quem não gostaria de ter o mesmo objeto que Babe Ruth (ou outros grandes nomes do beisebol) usou no último jogo? Este era o pensamento dos primeiros produtores de bonés e chapéus, que ganharam força nos Estados Unidos e, como sempre, se espalhou pelo resto do mundo.
Hoje, bonés são objetos indispensáveis no dia a dia de todos os países do mundo, sem distinção entre cor, religião ou classe. Desde seu ancestral mais antigo, os chapéus são de grande utilidade para os seres humanos, já que conferem proteção e, é claro, beleza.
Com suas origens no início da civilização humana, e com tantas transformações ao longo da História, os chapéus são um dos acessórios mais comuns na vestimenta de muita gente. O que surgiu com o objetivo apenas de proteção e praticidade, com influências religiosas e sociais, hoje é muito mais do que isso. É, também, um símbolo. Usar um boné faz você levar, na cabeça, aquilo que te representa. Seja uma marca, um time, uma frase ou, simplesmente, uma bonita estampa, os bonés transmitem um sentimento de pertença a um grupo social. O que antes era discriminatório e símbolo de uma hierarquia, hoje é símbolo de inclusão.
Conhecer a história das coisas dá a elas um novo sabor, um novo olhar, um novo significado. A História mostra a importância que este aparentemente simples acessório tem. Além de um indispensável objeto de moda, os bonés transmitem uma mensagem. E esta mensagem é você quem escolhe!